Enquanto isso, a governadora de Tóquio pediu para o estado de emergência ser ampliado
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse na quarta-feira (29) que os Jogos Olímpicos de Tóquio podem não ocorrer no próximo ano se a pandemia de coronavírus permanecer fora de controle, enquanto a governadora da região solicitou uma ampliado do estado de emergência no Japão.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) e o governo japonês decidiram no mês passado adiar os Jogos que aconteceriam em julho deste ano para julho de 2021 por causa da crise do coronavírus.
Com o aumento da taxa de infecção mundial e especialistas sugerindo que uma vacina está muito longe, surgiram dúvidas sobre as chances de realizar o grande evento no próximo ano.
"Temos afirmado os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos precisam ser realizados de forma completa, para que atletas e espectadores possam participar com segurança. Será impossível realizar os Jogos de forma completa, a menos que a pandemia de coronavírus esteja contida", disse Abe em resposta a um parlamentar da oposição.
Abe apostou parte de seu legado como premiê mais antigo do Japão na realização dos Jogos e esperava um impulso nos gastos com turismo e consumo. O Japão reuniu cerca de 3 bilhões de dólares em patrocínio doméstico, um recorde olímpico, e gastou quase 13 bilhões de dólares nos preparativos.
O primeiro-ministro disse na quarta-feira que a Olimpíada "precisa ser realizada de uma maneira que mostre que o mundo venceu sua batalha contra a pandemia de coronavírus", e alertou que o Japão deve "se preparar para uma batalha prolongada".
Tóquio confirmou 47 novas infecções na quarta-feira, informou a emissora privada Nippon Television. A contagem nacional é de 13.895 infecções, incluindo 413 mortes, segundo a emissora NHK.
Embora essa contagem ainda seja baixa em comparação com outros países, críticos dizem que o Japão não está fazendo testes suficientes para revelar o alcance de um problema que levou alguns hospitais à beira do colapso.
Refletindo essa visão, a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, afirmou a repórteres que a situação na capital japonesa permanece "difícil" e pediu ao gabinete de Abe que estenda a emergência nacional, que tem previsão de terminar em 6 de maio.
Os comentários de Abe ecoaram declarações feitas por outras importantes autoridades japonesas nesta semana. O presidente de Tóquio 2020, Yoshiro Mori, disse ao Nikkan Sports na terça-feira que os Jogos serão "descartados" se não puderem ocorrer em 2021.
Também na terça, o chefe da Associação Médica do Japão (JMA), Yoshitake Yokokura, declarou em entrevista coletiva que "a menos que seja desenvolvida uma vacina eficaz, prevejo que a realização das Olimpíadas será difícil".
Fonte: Alternativa com Reuters
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