terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Tóquio

Visitar Tóquio pode não ser uma tarefa tão fácil: seja pela distância, pelos preços altos ou mesmo pela dificuldade do idioma. Mas você verá que qualquer sacrifício vale a pena quando se defrontar com a rica (e intrigante) cultura e todas as surpresas que a capital japonesa reserva para sua estadia.
Há quem diga que a cidade é feia, cinza e uniforme. Outros acham que o trânsito caótico e a multidão desordenada assustam. Discorde e vá descobrir por você mesmo. Tóquio não é nem feia nem bonita, nem super moderna nem antiga. Aguce sua sensibilidade e descubra as sutilezas ocultas dessa metrópole.
Tóquio é a cidade da moda. E dos modismos. Se no verão reinavam as "gyaru" (do inglês girl) e seus celulares coloridos com antenas piscantes e você pode ouvir a cantora pop Utada Hikaru cantando "Fly me to the Moon" por toda a cidade, o inverno promete ser o Natal dos celulares com tela colorida (256 cores), com câmera digital embutida. É fotografar e enviar a foto na hora.

1. Mercado de Peixes Tsukiji
Situado próximo à estação de Tsukiji (é bom ir de metrô), oferece um espetáculo único para os apreciadores dos sushis (bolinhos de arroz com algas e peixe cru) e sashimis (peixe cru).
Desse mercado partem todos os peixes que abastecerão os restaurantes de Tóquio. O tamanho dos peixes surpreende, assim como a rápida movimentação dos compradores e dos carros de transporte enquanto ocorre o leilão.
É preciso estar muito atento, pois esse passeio deve ser feito logo cedo (às 6h) e a sonolência pode causar acidentes com a grande movimentação de carros e empilhadeiras no pátio do mercado.
Mas a melhor parte fica para depois do leilão. Ao lado do galpão principal situa-se o mercado de produtos típicos e comida, onde você poderá comer o sashimi mais fresco da cidade, além de tempurás (legumes empanados) e sobas (sopa de macarrão).
E poderá comprar utensílios de cozinha e condimentos japoneses, em meio ao caos de barraquinhas dispostas ao longo de corredores apertados e cheios de donos de restaurantes e turistas.

2. Bairro de Ginza
É sem dúvida um dos bairros mais elegantes de Tóquio. Com suas lojas sofisticadas e os shoppings mais tradicionais, atrai consumidores de todo o mundo, que transitam por suas amplas avenidas observando as vitrines das maisons dos grandes estilistas.
Os grandes shoppings possuem um setor de alimentação em seus subsolos onde se pode adquirir todo tipo de comida japonesa pronta para saboreá-la em casa. Ou mesmo nos corredores dos shoppings, trens, praças.
Os japoneses definitivamente não se incomodam de fazer uma boa refeição em público, muito pelo contrário. Mas a preocupação com a limpeza beira a neurose. Embalagens plásticas como garrafas devem ser separadas de lixo orgânico e de lixo inflamável, além de serem amassadas antes de serem jogadas. Não se deve esquecer de retirar o rótulo e a tampinha, além de depositá-los no coletor apropriado para cada material.
É bom também pensar duas vezes antes de comprar alimentos e bebidas na rua, pois poderá ter que carregá-los alguns quarteirões até encontrar um coletor de lixo seletivo.
A atração das grandes avenidas é irresistível, mas você deve caminhar pelas ruas adjacentes que escondem lojas tão ou mais interessantes que as grandes butiques. Às vezes, a fachada simples e pequena esconde uma grande loja com vários andares, muitas especializadas em roupas típicas como os quimonos (vestimenta típica japonesa) e guetás (chinelo de madeira). As coberturas costumam abrigar simpáticas casas de chá para uma pausa entre as compras.

3. Templo de Asakusa
É um dos mais antigos e mais belos templos de Tóquio. A entrada suntuosa é formada por um enorme portal que sustenta uma gigantesca lanterna japonesa, conhecido como portal Kaminarimon.
Deste portal até o templo você caminha por uma rua coberta e com ar-condicionado, a Nakamise-dori, onde inúmeras lojinhas de comida e souvenires fazem a festa dos turistas. Nas ruas transversais você pode encontrar desde lojas especializadas em facas, pentes, chinelos, até bares com o mais autêntico som das big bands americanas.
Voltando ao templo, aproveite para acender um incenso para seus ancestrais e pedir proteção para sua estada no Japão, puxando para si a fumaça que sai do imenso incensário que fica na porta do templo. Além disso, lave as mão e, se quiser, beba um pouco da água que brota no chafariz. Essas práticas são rituais típicos e são realizados por todos os visitantes.
No interior do templo aproveite para admirar a gigantesca estátua da deusa Kannon. Os arredores também merecem um passeio rápido, com seus jardins e templos menores.
Nesse mesmo distrito encontra-se a avenida Asakusa-dori, especializada em utensílios para cozinha, onde você poderá adquirir desde travessas em laca, panelas para sukiyaki (cozido japonês), facas para corte de peixe até imitações perfeitas de seus pratos prediletos, todos feitos em resina.

4. Shinjuku
A estação de metrô de Shinjuku é a maior da cidade e possui mais de oitenta saídas. Ponto de cruzamento das linhas de metrô e trem, chega a ter quase três milhões de pessoas por dia passando por seus corredores labirínticos. Nos horários de pico entram em cena os rashawas, empurradores profissionais que, munidos de luvas, organizam o acesso aos vagões, empurrando as pessoas para dentro deles.
Sair dessa estação pelo acesso certo é um desafio. A saída leste leva a My City, grande shopping local cujos arredores abrigam ruas estreitas com muitos restaurantes além do comércio de eletrônicos. A vida noturna é outro ponto forte do bairro, com ruas de bares temáticos variados, que vão desde ambientes da polinésia, passando pela comida asiática até casas especializadas em striptease. Os bares geralmente são pequenos e as bebidas caríssimas.
Uma cerveja custa, em média, US$ 7. O costume é tomar um drinque, conversar com o master (barman) e sair para outro bar. Essa peregrinação dura até a manhã do dia seguinte, quando todos dirigem-se para as estações de metrô e trem.
A cena GLS também acontece nesse bairro, mais para os lados de Shinjuku 2-chome, com suas ruas animadas cheias de jovens, homens dando pinta com yucatás (quimono masculino de verão) e guetás (chinelo de madeira), drag queens absurdas e muitos turistas.

5. Harajuku
Bairro que concentra muitas lojas e onde os jovens passam as tardes. A Omotesando-dori (chamada de Champs Elisee japonesa) é a principal avenida e endereço de todas as lojas de estilistas consagrados, como Jean-Paul Gaultier, Issey Miyake, e das grandes grifes como Armani, Comme des Garçon, Gucci, entre outras. Lojas mais populares como Gap e Comme ça du Mode também disputam a atenção dos jovens.
Mas as ruas transversais, estreitas e sinuosas são as mais interessantes, com pessoas vestidas de forma exótica e atitudes incomuns, entrando e saindo de lojas mais estranhas ainda. Algumas lembram museus, com peças expostas como objetos de arte, outras parecem cabanas indígenas com roupas enfiadas na palha envolta em música africana. Vale tudo nessa busca pela diferenciação.
Aos domingos, o bairro se transforma num verdadeiro centro de eventos, com atrações por todos os lados. Jovens vestidos no melhor estilo rockabilly simulam atitudes punk ao som das bandas que disputam espaço no parque commalabaristas, dançarinos, trapezistas.

6. Bairro de Akihabara
Paraíso do consumo dos eletrônicos. Aqui você entende porque o Japão é a Meca da tecnologia e do consumo. Basta visitar algumas lojas para constatar que muitos daqueles produtos que você imaginava serem "do futuro", já existem.
Mas prepare-se para pechinchar muito se quiser comprar algo. Muitas vezes compensa comprar nas lojas dos grandes departamentos, que muitas vezes possuem preços melhores, além de oferecerem bônus de descontos.
O importante é conhecer o bairro e ficar informado sobre os últimos lançamentos do mercado. Os MDs, mini discos regraváveis com qualidade digital, já substituíram as fitas cassete no Japão, enquanto no Brasil ainda são pouco conhecidos.
Os celulares com visor colorido (256 cores) e câmera fotográfica digital embutida são a coqueluche do momento. Custam cerca de US$ 150 (habilitados), caros se comparados aos celulares comuns, que podem ser adquiridos por oito dólares (ou até mesmo de graça). Aliás, celular é um dos poucos produto baratos no Japão. Mas não se anime: a tecnologia utilizada pelos aparelhos japoneses não é compatível com a utilizada no Brasil.

7. Museu de Tóquio
Situado nas imediações do parque de Ueno, constitui o mais importante conjunto de museus da cidade e fica ao lado do Museu Nacional de Ciência e do Museu Nacional de Arte Ocidental. Abriga as mais importantes obras de arte e arqueologia do Japão, expostas de forma suntuosa, mas de difícil compreensão pela falta de explicações em inglês.
Originalmente formado por três construções imponentes, O Hyokeikan, o Honkan e o Toyokan, o museu passou a contar com mais duas edificações a partir de 1999: o Heiseikan e o Horyuji Homotsukan, que exibem inúmeras esculturas da deusa Kannon, além do acervo digital do museu.
O Hyokeikan é o mais antigo (1908) e abriga as relíquias arqueológicas, tais como instrumentos de guerra pré-históricos como machados e espadas, utensílios de cerâmica e imagens em terracota. Honkan (1937) constitui o prédio central e abriga representativas obras de pintura, escultura e xilogravura, além de vestimentas tradicionais dos séculos 16 e 17.
As esculturas de bronze dos deuses impressionam não só por suas expressões faciais, como pelas dimensões gigantescas.
No Toyokan (1968) você poderá apreciar um pouco da história da arte de outros países do sudeste oriental. Relíquias em porcelana, bronze e tecidos preciosos numa mostra representativa de países como China e Coréia.

8. Odayba
Aqui você encontra o Japão do futuro. Chegar a Odayba, seja de trem pelo moderno Yurikamome ou mesmo pela embarcação que sai do pier Hinode, impressiona pela paisagem futurista da ilha.
Edifícios revestidos de aço, com esferas gigantescas e estrutura metálica, estações suspensas, imensos painéis eletrônicos e shopping centers temáticos. Tudo compõe um perfeito cenário virtual. Mas é real! A monumental roda gigante, ítem obrigatório em todas as grandes cidades japonesas, possibilita uma visão impressionante da ilha, além de toda a parte sudeste da cidade.
Para os que gostam de carros, uma visita ao Toyota City Showcase é imprescindível. Além da exposição dos novíssimos modelos e dos protótipos da empresa, você pode escolher um dos carros expostos nos elevadores hidráulicos e fazer um test-drive nas passarelas que cruzam todo o showroom. Testes de velocidade podem ser feitos na pista externa, a E-com Ride.
O final da tarde pode ser especialmente relaxante com um passeio pelos deck da Tokyo Joypolis. Músicos de jazz, pintores, quiosques de comida e a deslumbrante visão da Rainbow Bridge sendo iluminada enquanto o sol se põe compõem um cenário inesquecível.
Fonte:http://www1.folha.uol.com.br

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